segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Só mais uma pedra

A história de um padre andarilho e suas marcas deixadas na Região


Parte 5

Uma notícia velha de um jornal local em sua versão online, uma pequena nota sem foto me chamou a atenção. A matéria era de janeiro de 2006 e uma pedra fundamental tinha sido inaugurada em um terreno na Vila Mirim, Praia Grande, local onde se tornaria em quatro anos um grande Santuário ao Padre Anchieta.

Quatro anos depois nos levaria exatamente a 2010 e onde estaria o Santuário?

Não precisei de grandes esforços para encontrar o projeto “Caminhos de Anchieta” de autoria da AGEM (Agência Metropolitana da Baixada Santista), da CANAN (Associação Pró-canonização de Anchieta), do CONDESB (Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista) e da Secretaria de Estado de Turismo.

Logo no início do documento é apresentado o objetivo do projeto que procura resgatar o turismo religioso na Região, contribuindo para o processo de canonização do Padre Anchieta, possibilitando o desenvolvimento social e econômico, com a geração de empregos.

O Santuário em Praia Grande seria o ponto central de rotas de peregrinação em todo o litoral paulista, refazendo os passos da vida e obra de Anchieta por meio de atrativos históricos, naturais ou construídos. No local ainda seria criado um Centro de Estudos, reunindo todas as obras sobre o assunto.
Abandonado, mas oficialmente adiado o “Caminhos de Anchieta” foi vítima da burocracia e da falta de envolvimento em questões metropolitanas. É o que deixou claro a arquiteta e diretora técnica III da AGEM, Tamara Gakiya, “o projeto do santuário ficou parado depois da mudança da diretoria, houve um conflito de interesses. Para que ele seja reativado é preciso o envolvimento de muito mais gente, não somente da Agência, como também da Secretaria de Turismo do Estado e da Prefeitura de Praia Grande”.
Mesmo que alguns tenham desistido, outros ainda seguem acompanhando o assunto. Tamara acrescenta que a AGEM ainda vem participando de reuniões promovidas pela Associação Pró-canonização de Anchieta (CANAN), com sede em São Paulo, mas não sabe dizer em que pé estão as discussões.
O projeto era fantástico e talvez perfeito de mais, afinal, quando a esmola é demais o santo desconfia. Por enquanto, a pedra fundamental inaugurada se tornou só mais uma em meio ao mato do terreno esquecido.


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