domingo, 11 de julho de 2010

A origem da ciência

A cultura herdada dos índios e presente até hoje em nosso cotidiano faz lembrar o poder da natureza e sua influência em nossas vidas. Com mãe e irmã seguindo a área da saúde, encontrei nos fitoterápicos - grande objeto de estudo de minha mãe, uma forma de homenageá-las. A ciência, de modo geral também é um assunto que me interessa bastante, além de ser muito presente, exerce um fascínio especial, pela sua complexidade e busca pela perfeição.


Não gosto de tratar algumas entrevistas como meramente exercícios formais da profissão, e sim como conversas informais, pois na maior parte delas é que encontramos histórias interessantes. A conversa que tive com o professor Edson Muratori durou cerca de três horas, e foi durante ela que minha pauta mudou completamente. Meu foco quando cheguei em sua residência era a importância e o crescimento dos fitoterápicos, mas saí de lá com a ideia de fitoterápicos a trancos e barrancos pelo Brasil, já que a enorme dificuldade de crescimento mostrada pelo professor era inegável. Minha pauta mudou de lado e resolvi escrever o que não costumamos ler sobre o assunto.


Apesar da grande dificuldade encontrada pelos pesquisadores, ainda é uma área muito procurada, já que cada vez mais estamos em busca das nossas verdadeiras origens.


Os fitoterápicos a trancos e barrancos no Brasil

As pesquisas sobre os fitoterápicos e o uso dos fitofármacos na indústria farmacêutica têm crescido muito nos últimos anos, trazendo uma nova opção de tratamento e terapia medicinal. A fitoterapia representa o respeito pelas plantas que são seres vivos, tão vivos quanto os humanos. Cada planta se diferencia pelos princípios ativos que produz, usado como defesa ou para alimento, são estes princípios que interessam à ciência, que procura estudar, isolar e sintetizar o grande segredo que a Natureza esconde dentro de cada uma delas, essa é uma das prioridades da farmacologia.

No entanto o Brasil encontra muitos empecilhos para continuar crescendo e se desenvolvendo nesta área apesar da enorme biodiversidade e potencial que o país oferece. Segundo o Prof. Edson Muratori, biólogo, químico e doutor em Fitoterapia "demora-se de 20 a 30 anos para lançar um fitoterápico no Brasil. O governo pede análises que o país não tem condições de fazer, então a substância é levada para outro país, onde se corre o risco do laboratório se apossar da substância e patenteá-la". Ele explica que a perda de patentes para outros países também é um grande problema para os pesquisadores brasileiros, que vêem as plantas nativas serem levadas através do tráfico para outros países.
O governo tem grande culpa nesta situação, já que com leis mais rígidas e fiscalização eficiente seria possível combater o tráfico, que só existe porque há grande facilidade, impunidade aqui e recepção lá fora. Enquanto falta fiscalização nas fronteiras, sobra nos laboratórios fitoterápicos nacionais, que são poucos e extremamente fiscalizados pela ANVISA, a maioria dos laboratórios no território são importados, os verdadeiramente brasileiros não recebem tanto apoio,assim como os pesquisadores que não são reconhecidos e valorizados, além de mal remunerados.

Por mais comuns que eles possam ser, os fitoterápicos e fitofármacos encontram ainda muita resistência para serem prescritos pelos médicos mais tradicionais, muitos por não acreditarem em sua eficácia ou como disse o Prof.Muratori "por falta de promoção, já que os laboratórios fitoterápicos não têm tanto dinheiro como os alopáticos, que se promovem durante os congressos de médicos".

Há grande interesse por parte dos jovens de entrarem na área, pois apesar da dificuldade, ela é muito promissora. Além do interesse dos jovens cientistas, a população está aos poucos tomando conhecimento sobre o assunto, afinal o que era antes somente uma cultura popular herdada dos índios e anteriormente dos homens das cavernas que observaram o hábito de animais, as plantas medicinais se tornaram uma ciência que avança devagar, mas sempre.


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