sábado, 17 de julho de 2010

"Viver, como talvez morrer, é recriar-se a cada momento"

Nascida em Santa Cruz, no Rio Grande do Sul, Lya Luft é formada em Letras Anglo-germânicas e com mestrados em Literatura Brasileira e Lingüística Aplicada, trabalha como tradutora de alemão e inglês, tendo traduzido obras de autores consagrados como Virginia Woolf. Foi ganhadora do prêmio União Latina de melhor tradução técnica e científica em 2001 pela obra Lete: Arte e critica do esquecimento, de Harald Weinrich.


Iniciou sua carreira literária aos 41 anos, em 1980 com a obra As Parceiras, seguido por A asa esquerda do anjo (1981), Reunião de família (1982), Mulher no palco (1984), O quarto fechado (1984), Exílio (1987), O lado fatal (1988), A sentinela (1994), O rio do meio (1996, prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes), Secreta mirada (1997), O ponto cego (1999), Histórias do tempo (2000), Mar de dentro (2002) e Perdas & Ganhos (2003).

 
Lya Luft divide Perdas & Ganhos em cinco grandes grupos de temas, que se entrelaçam em quatorze capítulos e percorrem a linha sutil da vida. A autora desde o início convida a refletir sobre a percepção do mundo e das pessoas a partir do ponto de vista de cada um e a importância da família, que acompanha todo o desenvolvimento da obra.

A linguagem do livro é de uma conversa franca com um amigo íntimo, em que são expostas sem censuras as dúvidas, angústias e sofrimentos, sentidos por quem não consegue lidar com as perdas. Sem dúvida alguma, elas atingem a todos, no entanto a reação varia conforme as escolhas de cada um.

As transformações inevitáveis do corpo e da vida são tratadas em temas como aceitação, beleza, juventude, amor, casamento, submissão, velhice e morte, em que Lya Luft trabalha de forma com que o leitor dialogue e reflita consigo mesmo, enquanto lê o livro e se identifica com alguma situação.

Perdas & Ganhos é um livro que traz ensinamentos a jovens, adultos e idosos, sem distinção de sexo, porque mostra a responsabilidade pelas escolhas e omissões, e que apesar das grandes perdas que se têm durante a vida, os ganhos são ainda maiores e melhores, que fazem compensar toda a caminhada. Além de mostrar que o sofrimento que derruba é importante para fazer voltar a crescer e aprender, assim como a certeza da morte se faz necessária para dar maior amor à vida.

O que a autora faz é transformar o túnel escuro e sem saída de uma trajetória de perdas, em um caminho claro e cheio de luz, onde é possível ter esperanças de dias melhores e um impulso de, antes de tudo, transformar-se, porque assim como ela cita em sua obra: "Viver, como talvez morrer, é recriar-se a cada momento".

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